Ao longe te oiço amiga querida deste bosque sombrio, sigo-te nesta voz calma e serena de um fim sem princípio abraçado pela madrugada, escondes-te entre os arbustos de espinhos procurando tua pureza quando a escondes bem perto de teus olhos. Nunca saberei porque me iniciei por estas aventuras num bosque tão tumultuoso como o teu, talvez tenham sido as infâncias entre os grandes mestres da sabedoria eterna que me levaram a perseguir-te. Sei que estaremos perto do final, um dia junto de ti este gélido bosque gelara minha alma e as rosas por mim não colhidas murcharam como o fiel escudeiro morre por seu amo. Quero viver mas não te encontro, a cada olhar a cada toque sinto o sentimento de angústia pois sei que o mundo é findável, na eternidade viverei em minhas palavras que nunca ninguém lerá, mas que um dia as ouviram dentro de seus corações perdidos nestes bosques de razão aos que fogem da essência de viver. Nunca estarás sozinha pois eternamente te procurarei, nem que ao inframundo te tenha de procurar para ouvir só mais um pouco de tuas palavras, mais um pouco de tua alma esquecida entre a multidão de incrédulos mortais.
Somos reais, estamos aqui a frente de todos vós, mas ninguém nos verá, ate que o céu se una com a terra e nos faça crer que o sol nos queimara no amanhecer da esperança, que só escuridão avizinha quando neste meu mundo me esqueço da realidade. Sabes bem fada minha que as tágides sussurram a aclamação dos Titãs neste incrédulo lugar. Olho de um longe perto, sinto-te num pensamento inculto mas afasto-me na realidade sofrida de uma pedra, que parecendo robusta não mais que uma peça num jogo de factores se quebrará, para isso servem todas as outras que a rodeiam, para a segurar quando o mundo dela desiste. Somos nos na nossa natureza inata não na sabedoria dos pensadores. Olha para ti e vê-te viver antes que apenas os espinhos de tuas rosas sobrem nesta planície desprotegida do sofrimento dos mortais.
Poderás ter tudo mas olhando para trás faltar-te-ão as colunas que suportam o Olimpo de nossos sonhos, para isso nos testam nesta mistura de pecados, tal qual plebe de meu senhor escondido no conforto de suas gentes. Elas esperam por nos bem junto dos lagos onde os cisnes escondem os crocodilos. Nem tudo o que é horrendo á realidade é sombrio na pureza da cegueira, podemos passar uma vida a seguir estes trilhos, mas na morte veremos que escolhemos o lado errado do cruzamento de nossas verdades. Lutarei por ti tal Marco no ultramar por César.
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