Minhas palavras se terminam quando te oiço distante, são promessas citadinas de um sabor constante. Pelas pedras criados entre a escuridão de meus passados escondo o futuro para os menos aventurados. Na realidade me perco, cada vez mais o fim está próximo, teu cheiro já não o emana a flor de meu jardim quando a brisa passa. Escondo-me pois quero viver-te, sigo-te pois quero sentir-te, não sei porque o faço, talvez a triste manha de outono em que meus olhos te olharam me fizeram seguir as folhas deste bosque e na neblina da matinal sociedade me tenha feito esquecer os sentidos ou o espirito de aventura. Amiga minha que há tanto tempo perdi se ainda por este sombrio local, onde o real e irreal se juntam, te encontras segue minha voz e traz-me à luz de um dia sem chuva que molhe meu rosto de sentidos vãos e pensamentos descalços.
Não somos mais que as palavras que construímos quando estas árvores nos encaram, elas sabem a nossa realidade, nossos segredos em suas raízes guardam quando entre elas nos encontramos. Mas agora amarram a liberdade para esconderem o que de mim se exalta. Não são só palavras quando as escrevemos sem pensar, sem olhar, sem escolher, é a alma que sai por entre estas letras e nos faz sonhar.
Sonhador sem sonhos sou eu a caminho do meu Eu perfeito seguindo por entre o luar que passa as folhas de uma vida e nos arrasta para a escuridão da noite. Estarei aqui até que resolvas voltar amiga minha nem que para isso seja consumido pela escuridão deste local. Mitos se criaram por entre esta paredes esquecidas da razão, loucura è estar vivo não vivendo e olhar sem ver e sentir sem querer è ser alma sem credo. O grão-mestre nos ensinou as almas são para sentir não para que delas o sintam, são escuridão são alegria são querer ter a vontade de ser o que já somos mas a incompleta realidade nos esconde.
Sei que estas aqui por entre estas escarpas que tapam teus olhos com o sol que te impede de ver o que por entre as nuvens esta escondido. Liberta-te e vem! Sê a tua realidade!